terça-feira, 31 de maio de 2011

Vejam algumas frases de dentista

“A profissão do dentista é a mais completa, porque o dentista faz pontes como engenheiros, coroas como os floristas, extrai raízes como os matemáticos, perfura como os mineiros, faz esperar como as noivas, faz sofrer como os gerentes de bancos, esculpe como os artistas, e faz você sorrir igual a uma criança."


 
“A Odontologia é uma profissão que exige dos que a ela se dedicam : os conhecimentos científicos de um médico, o senso estético de um artista, a destreza manual de um cirurgião e a paciência de um monge”



“A Odontologia é a área da saúde que preserva e restaura o movimento mais lindo do ser humano,o sorriso.”



“Até hoje não houve filósofo que padecesse pacientemente uma dor de dente” (Willian Shakespeare)"



“Olho para minhas mãos, descubro nela a leveza para alcançar o detalhe. A sensibilidade exata para interferir na dor. A mobilidade necessária para atingir o mais difícil. A vivacidade que percebe o que não pode ser dito. Abre-se um sorriso, descubro nele a perfeição que faz de minhas mãos um instrumento. A simplicidade que torna simples o mais difícil. A sensibilidade que me diz tudo sem nada dizer. Gestos, sorrisos, expressões que unem dom e desejo, auxílio e agradecimento, ODONTOLOGIA e arte.”

segunda-feira, 30 de maio de 2011

 I FÓRUM 
CARIRIENSE DE 
 ODONTOLOGIA

FOI UM ESPETÁCULO
















terça-feira, 24 de maio de 2011

Aneuploidia

Aneuplóide é a célula que teve o seu material genético alterado, sendo portador de um número cromossômico diferente do normal da espécie. Podendo ter uma diminuição ou aumento do número de pares de cromossomos, porém não de todos. A maioria dos afetados apresentam trissomia (três cromossomos ao invés de dois cromossomos), ou, menos comum, monossomia (apenas um cromossomo ao invés de dois cromossomos).

Causas

O fator cromossômico mais usual é a não-disjunção meiótica, um erro na separação de um par cromossômico durante uma das duas divisões meióticas. Podendo ocorrer tanto na meiose I quanto na meiose II. Quando acontece na Meiose I, os gametas apresentam um representante de ambos os membros do par de cromossomos ou não possuem todo um cromossomo. Quando acontece na Meiose II, os gametas anormais contém duas cópias de um cromossomo parental ( e nehuma cópia do outro) ou não possuem um cromossomo.

As mais comuns aneuploidias

Monosomia

Monosomia (2n-1) é a presença de apenas um cromossomo de um par homólogo.
'Monossomia Humana Cariótipo fica, por exemplo, 45,XY,-22. Deve-se especificar qual autossomo está faltando.

Dissomia

Dissomia (2n) é a presença de um par de cromossomos homólogos. É a condição normal de organismos diplóides. Para organismo triplóide ou acima, a dissomia é uma aneuploidia.

 Trissomia

Trissomia (2n+1) é a presença de três ao invés de dois cromossomos homólogos.

 Trissomia Humana

Síndrome de Down - trissomia no par 21. Síndrome de Patau - trissomia no par 13. Síndrome de Edwards - trissomia no par 18

Tetrassomia e Pentassomia

Tetrassomia (2n+2) e Pentassomia (2n+3) são a presença de quatro ou cinco copias de um cromossomo. Ainda que muito raro, existem casos humanos de cariótipos XXXX (síndrome XXXX), XXYY, XXXY, XYYY, XXXXX, XXXXY, XXXYY, XYYYY XXYYY ou até XXXXX.

 

Homeobox

Um homeobox é um segmento de uma seqüência de ADN encontrado em genes envolvidos na regulação do desenvolvimento (morfogênese) de animais, fungos e plantas. Genes que têm um homeobox são chamados de genes homeobox e formam a família de genes homeobox.
Um homeobox mede cerca de 180 pares de bases; ele codifica um domínio de proteínas (o "homeodomínio") que pode ligar o ADN. Genes homeobox codificam fatores de transcrição que tipicamente ativam outros genes numa reação em cadeia, por exemplo, todos os necessário para desenvolver uma perna. O homeodomínio liga o ADN numa maneira específica. De qualquer modo, a especifidade de um único homeodomínio protéico não é geralmente suficiente para reconhecer apenas seus genes desejados como alvo. A maior parte do tempo, as proteínas do homeodomínio agem na região promotora dos genes alvos como complexos com outros fatores de transcrição, muitas vezes outras proteínas de homeodomínio. Tais complexos têm uma especificidade de alvo muito maior que uma única proteína de homeodomínio.

Um certo subgrupo de genes homeobox são os genes Hox, que são encontrados em um complexo especial de genes, o complexo Hox (também chamado de "cluster" Hox). Genes Hox funcionam criando o padrão do eixo corporal. Dessa forma, ao fornecer a identidade de certas regiões do corpo, os genes Hox determinam onde as pernas e outros segmentos do corpo crescerão e se desenvolverão em um feto ou em uma larva.

Mutações em qualquer um desses genes pode levar ao crescimento de partes do corpo adicionais, geralmente não funcionais em invertebrados, por exemplo, o complexo aristapaedia nas moscas Drosophila, que resulta em uma perna crescendo da cabeça no lugar de uma antena deve-se ao defeito em um único gene (essa mutação é também conhecida como Antennapedia). Mutação nos genes Hox de vertebradosaborto espontâneo. geralmente resulta em
Os genes homeobox foram encontrados pela primeira vez na mosca da fruta Drosophila melanogaster e subseqüentemente tem sido identificado em várias outras espécies, desde insetos até répteis e mamíferos. Genes homeobox têm sido encontrados em plantas e fungos, por exemplo em leveduras unicelulares. Isso sugere que essa família de genes evoluiu bem cedo e que os mecanismos básicos de morfogênese são os mesmos para muitos organismos.

Mutações nos genes homeobox podem produzir mudanças fenotípicas facilmente visíveis, pois podem estar ligados a regulação de hormônio do crescimento. Dois exemplos de mutações em homeobox nas já mencionadas moscas das frutas são pernas onde deveriam ter antenas, e um segundo par de asas. Duplicações de genes homeobox podem produzir novos segmentos corporais, e essas duplicações provavelmente foram importantes na evolução de animais segmentados.
Em uma analogia despretenciosa com computação, pode-se pensar em um gene homeobox como uma chamada para uma sub-rotina. Isso ativa a produção de todo um subsistema, cujo código para ele precisa já estar presente em algum outro lugar no ADN.

 

Mutações


Em Biologia, mutações são mudanças na sequência dos nucleotídeos do material genético de um organismo. Mutações podem ser causadas por erros de copia do material durante a divisão celular, por exposição a radiação ultravioleta ou ionizante, mutagênicos químicos, ou vírus. A célula pode também causar mutações deliberadamente durante processos conhecidos como hipermutação. Em organismos multicelulares, as mutações podem ser divididas entre mutação de linhagem germinativa, que pode ser passada aos descendentes, e mutações somáticas, que não são transmitidas aos descendentes em animais. Em alguns casos, plantas podem transmitir mutações somáticas aos seus descendentes, de forma assexuada ou sexuada (em casos em que as gemas de flores se desenvolvam numa parte que sofreu mutação somática. Assim, essa classificação é pouco eficiente para plantas, se ajustando melhor a animais. Uma nova mutação que não foi herdada de nenhum dos pais é chamada de mutação de novo. A fonte da mutação não se relaciona com seus efeitos, apesar de seus efeitos estarem relacionados com quais células são afetadas pela mutação.
Mutações geram variações no conjunto de genes da população. Mutações desfavoráveis (ou deletérias) podem ter sua frequência reduzida na população por meio da seleção natural, enquanto mutações favoráveis (benéficas ou vantajosas) podem se acumular, resultando em mudanças evolutivas adaptativas. Por exemplo, uma borboleta pode produzir uma prole com novas mutações. A maioria dessas mutações não terá efeito. No entanto, uma delas pode mudar a cor dos descendentes desse indivíduo, tornando-os mais difíceis (ou fáceis) de serem vistos por predadores. Se essa mudança de cor for vantajosa, a chance dessa borboleta sobreviver e produzir sua própria prole será um pouco maior, e com o tempo o número de borboletas com essa mutação constituir formar uma maior proporção da população.
Mutações neutras são definidas como mutações cujos efeitos não influenciam a aptidão dos indivíduos. Essas mutações podem se acumular ao longo do tempo devido à deriva genética. Acredita-se que a imensa maioria das mutações não tem efeito significativo na aptidão dos organismos. Essa teoria neutralista foi desenvolvida por Motoo Kimura em seu livro "The Neutral Theory of Molecular Evolution". Além disso, mecanismos de reparo de DNA são capazes de corrigir a maior parte das mudanças antes que elas se tornem mutações permanentes, e muitos organismos têm mecanismos para eliminar células somáticas que sofreram mutações.
As mutações são consideradas o mecanismo que permite a ação da seleção natural, já que insere a variação genética sobre a qual ela irá agir, fornecendo as novas características vantajosas que sobrevivem e se multiplicam nas gerações subsequentes ou as características deletérias que desaparecem em organismos mais fracos.

Por efeito na estrutura

A sequência de um gene pode ser alterada de diversas maneiras. Mutações genéticas têm diferentes efeitos na saúde, dependendo de onde ocorrem e se alteram a função de proteínas essenciais. Estruturalmente, mutações podem ser classificadas em:
  • Mutações de pequena escala, como aquelas que afetam um pequeno gene em um ou poucos nucleotídeos, incluindo:
    • Mutação pontual: geralmente causada por substâncias mutagênicas ou erros na replicação do DNA, há a troca de um único nucleotídeo por outro. A mais comum, conhecida por transição, ocorre quando há a troca de uma purina por outra purina (A ↔ G) ou uma pirimidina por outra pirimidina (C ↔ T). Transições podem ser causadas por Ácido Nítrico, erro de pareamento entre as bases, ou mutagênicos análogos, como 5-bromo-2-desoxiuridina (BrdU). Um tipo de mutação pontual menos comum é a transversão, em que há a troca de uma purina por uma pirimidina, ou vice-versa (C/T ↔ A/G). Uma mutação pontual pode ser revertida por outra mutação pontual em que o nucleotídeo é mudado de volta ao seu estado original (reversão versadeira) ou por ou por uma reversão a partir de outra mutação (uma mutação complementar em outro local que resulta no retorno do gene à função anterior).Mutações pontuais que ocorrem dentro da região codificadora da proteína podem ser classificadas em três tipos, dependendo do tipo de expressão apresentado pelo códon mutado:
    • Inserção: ocorre pela adição de um ou mais nucleotídeos na sequência de DNA. Geralmente, esse tipo de mutação é causado por transposons ou erros dutante a replicação de elementos repetitivos (sequências AT, por exemplo). Insersões na região codificadora de um gene podem alterar o corte (splicing) do mRNA, ou causar mudança no quadro de leitura dos códons. Ambas alterações podem laterar significativamente o produto gênico.
    • Deleção: Há a remoção de um ou mais nucleotídeos da sequência de DNA. Assim como insersões, essas mutações podem modificar o quadro de leitura do gene. Geralmente elas são irreversíveis; apesar de teoricamente a mesma sequência poder ser restaurada por inserção, elementos de transposição capazes de reverter uma deleção muito curta (com uma ou duas bases) em um dado local são muito improváveis ou mesmo inexistentes[carece de fontes?]. É importante notar que uma deleção não é o oposto exato de uma inserção. Enquanto deleções são aleatórias, inserções consistem de uma sequência específica sendo inserida em locais que não são completamente aleatórios.
  • Mutações de grande escala da estrutura do cromossomo, incluindo:
    • Amplificação (ou duplicação gênica): Criação de várias cópias de uma região cromossômica, aumentando a dosagem dos gênes dentro dela.
    • Deleção de regiões cromossômicas, levando à perda dos genes presentes nessas regiões.
    • Mutações cujo efeito é unir partes do DNA anteriormente separadas, potencialmente unindo genes de tal forma que surjam genes fundidos funcionalmente distintos. (por exemplo, bcr-abl). Esse tipo de mutação inclui:
      • Translocação cromossômica: ocorre a troca de porções de cadeias de DNA entre cromossomos não homólogos.
      • Deleção do interstício: Há a deleção de um segmento de DNA de um cromossomo, agrupando, assim, genes anteriormente distantes.Por exempo, células isoladas de um astrocitoma, um tipo de tumor cerebral, têm uma deleção cromossômica que remove as sequências entre entre os genes "fundido em glioblastoma" (fig) e "receptor da tirosina kinase" (ros). O resultado da união entre esses genes é uma proteína de fusão, denominada FIG-ROS. Essa proteína tem uma atividade de kinase que causa transformação oncogênica (a transformação de células normais en cancerígenas)[carece de fontes?].
      • Inversão cromossômica: Ocorre a inversão da orientação de um segmento do cromossomo.
    • Perda de heterozigozidade: Há a perda de um alelo por deleção ou recombinação num organismo que originalmente possuia dois alelos.

Por efeito na função

  • Mutações de perda de função: são aquelas que resultam num produto gênico que tem menos ou nenhuma função, em comparação ao gene não mutado. Quando o alelo perde completamente a função, (alelo nulo), denomina-se uma mutação amórfica. Fenótipos associados a essas mutações geralmente são recessivos, exceto quando o organismo é haplóide, ou quando a dosagem reduzida do gene normal não é suficiente para produzir um fenótipo normal (este fenômeno é denominado haploinsuficiência).
  • Mutações de ganho de função: mudam o produto gênico de forma que este ganhe uma nova função. Essas mutações geralmente tem fenótipos dominantes. Esse tipo de mutação pode ser denominado neo-mórfica.
  • Mutações negativas dominantes (também conhecidas por mutações neo-mórficas): Há a produção de um produto gênico alterado que age de forma antagônica ao alelo selvagem. Essas mutações levam a uma ação molecular alterada (geralmente inativa) e são caracterizadas por um fenótipo dominante ou com dominância incompleta. Em humanos, a sínrome de Marfan é um exemplo desse tipo de mutação ocorrendo de forma dominante. Nessa doença, a glicoproteína produzida pelo alelo mutante é antagônica ao produto do alelo normal.
  • Mutações letais: são mutações que levam à morte do organismo que a possui.

Por aspecto do fenótipo afetado

  • Mutação morfológica: geralmente afeta a aparência externa de um organismo. Mutações deste tipo podem mudar a altura de uma planta, ou modificar suas sementes de lisa para rugosa.
  • Mutação bioquímica: resulta em quebras nas rotas bioquímicas de transformação enzimática. Frequentemente, mutantes morfológicos são o resultado direto de moficações em rotas enzimáticas.

Pela herança

A grande maioria dos organismos eucarióticos, incluindo o ser humano, contém duas cópias de cada gene em seu genoma - um de origem paterna e outro materna. As mutações podem ser então classificadas quanto à forma como são herdadas nesse sistema diplóide:
  • Selvagem ou Homozigoto não mutado: ocorre quando nenhum dos alelos está mutado.
  • Mutação em heterozigoze: quando apenas um dos alelos está mutado.
  • Mutação em homozigoze: ocorre quando tanto o alelo parental como o maternal têm uma mutação idêntica.
  • Mutação em heterozigoze composta: quando os alelos materno e paterno apresentam mutações diferentes.

Classe especial

  • Mutação Condicional é uma mutação que tem fenótipo tipo selvagem (ou menos severo) sob certas condições ambientais "permissivas" e uma fenótipo mutante sob certas condições "restritivas". Por exemplo, a mutação sensível a temperatura pode causar morte celular em altas temperatura (condição restritiva), mas pode ter nenhuma conseqüência deletéria em baixas temperaturas (efeito permissivo).

Causas da mutação

Quanto às causas, as mutações podem ser classificadas em dois tipos principais, as mutações espontâneas e as induzidas por agêntes mutagênicos.
Mutações espontâneas a nível molecular incluem:
  • Tautomerismo - Uma base é modificada pelo reposicionamento de um átomo de hidrogênio.
  • Depurinação - Perda de uma base puríca (A ou G).
  • Desaminação - Mudança de uma base normal para uma atípica; C → U, (que pode ser corrigida por mecanismos de reparo do DNA), ou desaminação espontênea da 5-methilcitosina (irreparável), ou ainda A → HX (hipoxantina).
  • Transição- Uma purina se transforma em outra purina (A ↔ G), ou uma pirimidina se transforma em outra pirimidina(C ↔ T).
  • Transversão - Uma purina é trocada por uma pirimidina, e vice-versa(C/T ↔ A/G).

Benzopireno, o principal mutagênico presente nos cigarros de tabaco, em adução ao DNA.
Mutações induzidas a nível molecular podem ser causadas por:
  • Mutagênicos químicos
  • Radiação
    • Radiação Ultravioleta (não ionizante) excita eletróns a um nível de energia mais elevado. As moléculas de DNA são bons absorvedores de luz ultravioleta, especialmente aquela com comprimento de onda entre 260 e 280 nm. [carece de fontes?] As bases nitrogenadas citosina e timina (A e T), são mais vulneráveis a essas excitações, que podem modificar as propriedades de pareamento de bases. A luz UV pode induzir que bases timinas adjacentes numa sequência de DNA pareiem-se entre si, formando um dímero pesado.
    • Radiação ionizante
O DNA possui os chamados "hotspots", locais em que as mutações ocorrem a uma taxa até 100 vezes superior ao normal. Um "hotspot" pode ocorrer em uma base não usual, como por exemplo numa 5-metilcitosina.
As taxas de mutação também dependem da espécie do organismo. Os biólogos evolucionistas propõem teorias em que taxas de mutação aumentadas seriam benéficas em algumas situações, por permitirem uma evolução mais rápida e, consequentemente, uma adaptação acelerada a novos ambientes. Por exemplo, a exposição repetida de bactérias a antibióticos, e a seleção dos mutantes resistentes, pode resultar na seleção de bactérias que possuam um grande aumento das taxas de mutação, em comparação com a população original.

Tipos de mutação

Mutação regressiva

Mutação regressiva é uma mudança num par de nucleotídeos numa sequência de DNA que restaura a sequência original depois de uma mutação pontual e por consequência restaurando o fenótipo original.

Mutação por mudança da matriz de leitura

Uma mutação por mudança da matriz de leitura é uma mutação causada por indels (palavra formada pela fusão de inserção + deleção) de um número de nucleotídeos diferente de três e seus múltiplos (ex.: 1, 2, 4, 5, 7, etc…) em uma determinada seqüência de DNA. Devido à fundamentação da expressão gênica ser baseada em um triplete natural de nucleotídeos (codon), a inserção ou deleção pode perturbar a matriz de leitura, isto é, um único nucleotídeo alterado modifica toda seqüência de codons a partir da mutação resultando em um produto gênico completamente diferente do original. Quanto mais inicial for a inserção ou deleção, mais alterado vai ser o produto gênico.

Mutações não-sinónimas

Mutações não-sinónimas são tipos de mutações pontuais onde um único nucleotídeo é mudado provocando uma substituição de um aminoácido. Isto por sua vez pode fazer com que a proteína resultante se torne não-funcional. Tais mutações são responsáveis por doenças como anemia falciforme e esclerose lateral amiotrófica mediada pela superóxido dismutase(Boillée 2006, p. 39).

Mutação neutral

Uma mutação neutral é aquela que ocorre num codão e que resulta no uso de um aminoácido diferente, mas quimicamente semelhante. É semelhante a uma mutação silenciosa, onde uma mutação no codão codifica o mesmo amino-ácido (veja a Hipótese de Wobble); por exemplo, uma mudança de AUU para AUC codifica à mesma leucina, por isso não ocorre nenhuma mudança discernível (uma mutação silenciosa).

Mutação sem sentido

Uma mutação sem sentido ou nonsense é uma mutação com mudança da cadeia numa sequência de DNA que resulta num codão stop prematuro, ou num codão nonsense no mRNA transcrito, possivelmente um truncamento e muitas vezes uma proteína não-funcional.

Mutações pontuais

Uma mutação pontual, ou substituição, é um tipo de mutação que causa a substituição de um único nucleotídeo por outro nucleotídeo. Muitas vezes o termo mutação pontual também inclui inserções ou deleções de um único par de bases (o que tem mais efeitos adversos na sintetização de proteínas porque os nucleotídeos continuam a ser lidos em tripletos, mas em molduras diferentes - chamada de mutação "frameshift".

Mutações silenciosas

Mutações silenciosas são mutações do DNA que não resultam numa mudança da sequência de aminoácidos de uma proteína. Elas podem ocorrer numa região não-codificante (fora de um gene ou dentro de um intrão), ou podem ocorrer dentro de um exão de maneira a não alterar a sequência amino-acídica final. O termo mutação silenciosa é muitas vezes usado como sendo equivalente a mutação sinónima; no entanto, mutações sinónimas são uma subcategoria do primeiro, ocorrendo apenas dentro dos exões.

Mutações maléficas

Mudanças no DNA causadas por mutações podem causar erros na sequência das proteínas, criando proteínas partial ou completamente não-funcionais. Para funcionar correctamente, cada célula depende de milhares de proteínas para funcionar nos sítios certos nas alturas certas. Quando uma mutação altera uma proteína que tem um papel importante no corpo, pode resultar numa doença. Uma enfermidade causada por mutações em um ou mais genes é chamado de doença genética. Contudo, apenas uma pequena percentagem de mutações causa doenças genéticas; a maioria não tem impacto na saúde. Por exemplo, algumas mutações alteram a sequência de bases de DNA de um gene mas não mudam a função da proteína produzida por esse gene. Estudos na mosca da fruta Drosophila melanogaster sugerem que se uma mutação muda de facto uma proteína, esta mudança será provavelmente maléfica, com 70 por cento destas mutações tendo efeitos negativos e sendo as restantes neutras ou fracamente benéficas.
Se uma mutação estiver presente numa célula germinal, pode dar origem a descendentes portadores dessa mutação em todas as suas células. Este é o caso de doenças hereditárias. Por outro lado, uma mutação pode ocorrer numa célula somática de um organismo. Algumas mutações podem estar presentes em todos os descendentes desta célula e certas mutações podem provocar que a célula se torne maligna, e consequentemente cause cancro.
Muitas vezes, mutações génicas que poderiam provocar uma doença genética são reparadas pelo sistema celular de reparação do DNA. Cada célula tem um certo número de vias bioquímicas através do qual enzimas reconhecem e reparam erros no DNA. Como o DNA pode ser danificado ou mutado de diversas maneiras, o processo de reparação do DNA é uma maneira importante do corpo se proteger de doenças.

Mutações benéficas

Uma muito pequena percentagem de todas as mutações tem na verdade um efeito positivo. Estas mutações levam a novas versões de proteínas que ajudam o organismo e futuras gerações a adaptar-se melhor a mudanças no seu ambiente. Por exemplo, uma deleção específica de 32 pares de base no CCR5 humano confere resistência ao HIV a homozigóticos e atrasa o despoletar do SIDA em heterozigóticos. A mutação CCR5 é mais comum em pessoas com ascendência europeia. Uma teoria para a etiologia da relativa alta frequência do CCR5-Δ32 na população europeia é que esta confere resistência à peste bubónica que flagelou a Europa em meados do Século XIV. Pessoas que tinham esta mutação foram capazes de sobreviver à infecção; por isso, a sua frequência na população aumentou.Isso pode também explicar porque esta mutação não se encontra em África, que não foi afectada pela peste bubónica. Uma teoria mais recente diz que pressão selectiva na mutação CCR5 Delta 32 foi causada pela varíola em vez da peste bubónica.
Outros genes influenciam o desenvolvimento do corpo. Por exemplo, alelos diferentes na via da miostatina influenciam a força de uma pessoa, uma vez que estes genes controlam o desenvolvimento muscular.

 

 


 

VEJAM ESSA PUBLICAÇÃO DA REVISTA CIÊNCIAS HOJE:

Espermatozoide de laboratório

Método de produção de células reprodutivas masculinas poderá tratar infertilidade masculina ou melhorar inseminação artificial. No entanto, há vários problemas a vencer. A nova técnica é tema da seção ‘Mundo de ciência’ da CH de maio.
Por: Cássio Leite Vieira
Publicado em 23/05/2011 | Atualizado em 23/05/2011

Espermatozoide de laboratório

Testículos retirados de filhotes de camundongos e mantidos em um meio de cultura por um mês produziram espermatozoides. Estes foram usados para inseminar fêmeas, que deram à luz filhotes saudáveis. (foto: Sxc.hu/ clix)
A ciência conseguiu (mais uma vez) imitar a natureza no laboratório ao recriar o processo que leva à formação de espermatozoides. Mais: essas células reprodutivas geraram uma prole sadia. A técnica poderá levar ao melhoramento da fertilização in vitro ou da inseminação artificial em humanos.
A equipe de Takehiko Ogawa, da Universidade Municipal de Yokohama (Japão), removeu os testículos de filhotes de camundongos com dois ou três dias de vida – certificando-se de que os animais não tinham ainda espermatozoides maduros.
O material foi colocado em um meio de cultura, na presença da substância KSR, usada para a cultura de células-troco embrionárias (aquelas que têm potencial para se transformar em qualquer tecido do organismo).
Depois de um mês de cultura, os testículos passaram a produzir espermatozoides, que foram tingidos com uma tinta fluorescente verde e usados para inseminar fêmeas, que deram à luz filhotes saudáveis.
A cultura continuou produzindo espermatozoides por mais dois meses.

Esperança e cautela

O método funcionou até com tecidos dos testículos que já estavam congelados havia meses, o que faz da técnica uma promessa para humanos que, por exemplo, irão se submeter a tratamentos que podem causar infertilidade ou que sejam portadores de câncer nos testículos.
Sabe-se que muitos homens inférteis produzem espermatogônias, células que dão origem aos espermatozoides. Para os autores, elas poderiam ser igualmente cultivadas em laboratório, para a obtenção de espermatozoides maduros.
O trabalho foi feito com camundongos e não se sabe se a técnica funcionará com humanos
No entanto, há vários problemas a vencer. Primeiramente, ainda não se entendem os mecanismos por trás da cultura à base de KSR – este é um dos pontos que deverão ser atacados pela equipe agora.
Além disso – e mais importantes –, o trabalho foi feito com camundongos e não se sabe se a técnica funcionará com humanos. Outro obstáculo: ainda não é possível produzir a quantidade de espermatozoides necessária para uma fertilização in vitro.
Os resultados, publicados na Nature, foram recebidos com entusiasmo tanto pela mídia internacional quanto por especialistas da área.

domingo, 22 de maio de 2011

Painel com a divulgação do meu blog (Gincana Genética e Evolução)

Divulgação dos blogs da odontologia

Vídeos da gincana de genética e evolução:

1) Ismael Luna - Turma 106.1 (Projeto Genoma Humano)
http://ismaelluna.blogspot.com/2011/05/projeto-genoma-humano-atividade-6-da.html

2)Lívia Karynne - Turma 201.1 (Eletroforese em gel)

3)Lorem Krsna - Turma 106.1 (Duplicação do DNA)

4)Vivian Macedo - Turma 106.1 (Estrutura do DNA)
  
5)Alencar Segundo - Turma 106.1 (DNA Polimerase)

6)Ícaro Meneses - Turma 106.1 (Funções do DNA e RNA)

7)Eduardo Sérgio - Turma 201.1 (Duplicação do DNA)

8)Caio Raull - Turma 201.1 (História e estrutura do DNA)

9)Rayssa Mendonça - Turma 105.1 (Câncer de pele)

10)Valdemir Silva - Turma 305.1 (Replicação do DNA)
http://valdemir2011.blogspot.com/2011/05/replicacao-de-dna-video-legendo.html

11) Kaelly Lima -Turma 201.1(Duplicação do DNA)
http://kaellylimaodonto.blogspot.com/2011/05/video-legendado.html 

12) Romana Felix -Turma 201.1(O que é Fenótipo)
http://felixromana.blogspot.com/2011/05/meu-video-legendado.html

sexta-feira, 20 de maio de 2011

NOSSA VISITA NA APE FOI UMA EXPERIÊNCIA MARAVILHOSA
TURNA: 201.1







 O PROFESSOR FRANCISCO É FANTÁSTICO











SAIBA UM POUCO SOBRE A ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DE JUAZEIRO DO NORTE (APAE-JN)

 A APAE é uma associação beneficente, sem fins lucrativos, formada por pais, amigos e pessoas com deficiência intelectual que, unidos por objetivos comuns, buscam construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Trabalham com determinação para eliminar os fatores que sustentam a exclusão das pessoas com deficiência, além de favorecer o seu desenvolvimento para uma vida com cidadania e dignidade.
Fundada em 1971 por pais de Excepcionais, surgiu com a missão de promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientações, prestação de serviços e apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da Pessoa com Deficiência Intelectual, de ambos os sexos, a partir de zero ano, em regime de semi-internato e à construção de uma sociedade justa e solidária.
A entidade ao longo de sua história vem beneficiando pessoas com deficiência intelectual e suas famílias, quase todas carentes, e um número expressivo, em situação de risco econômico e social.
A entidade possui uma equipe multiprofissional, com cerca de 75 profissionais composta por psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, pedagogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, professores de educação física, psico-pedagoga, professores especializados e auxiliares, administrador, auxiliares administrativos, cozinheiros e serviços gerais. Para reabilitação destas pessoas são utilizados métodos e técnicas terapêuticas específicas, através de um conjunto de atividades individuais de estimulação cognitiva, sensorial e psicomotora, visando à reeducação das funções cognitivas e sensoriais dos mesmos. 
O desenvolvimento do Movimento Apaeano desde o seu início, teve sua concepção filosófica sempre voltada para a defesa dos direitos, a participação das famílias e das próprias pessoas com deficiência, bem como a prestação de serviços voltados ao atendimento clínico e escolar.
A equipe multidisciplinar é composta pelos setores de Assistência Social, Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Pedagogia. Quando necessário, contam ainda com o apoio de profissionais parceiros voluntários de outras especialidades como medicina genética, neuropsiquiatria, odontologia, que muito contribuem na elucidação de diagnóstico, tratamento e realização de exames clínicos e laboratoriais.

 A demanda chegada à instituição é acolhida primeiramente pelo setor clínico, mais especificamente pelo setor de Psicologia, responsável pelo procedimento da pré-triagem. Nesse momento inicial, o paciente, acompanhado dos pais ou responsáveis, é recebido pela psicóloga que passa a conhecer a queixa trazida, verifica a problemática, dá esclarecimentos a respeito da deficiência mental ou múltipla, autismo, ou ainda, disfunções neurológicas, o paciente é encaminhado para a triagem e, posteriormente, para os tratamentos clínicos. No entanto, se ele não se enquadrar nesses diagnósticos, é feito o encaminhamento para os serviços municipais que sejam necessários.

As triagens acontecem mensalmente, seguidas dos estudos de casos. Submetendo-se ao processo de triagem, o paciente é avaliado pelos 06 setores da clínica em uma mesma manhã. Cada setor avalia a sintomatologia apresentada e história de vida de cada paciente, buscando chegar à hipótese diagnóstica. Em seguida, a equipe se reúne para estudar cada caso e, junta decide os tratamentos necessários. É elaborada a entrevista devolutiva contendo o parecer da clínica para cada paciente. A entrevista devolutiva é dada pela assistente social, para os pais ou responsáveis. Nela constam informações acerca dos tratamentos, horários de atendimento, número de faltas permitidas sem justificativas; se necessário for, solicitação de exames, assim como a documentação necessária e assinatura do termo de responsabilidade com a instituição, entre outros dados.

Os atendimentos clínicos realizados acontecem, na maioria das vezes, semanalmente, com data e hora marcadas por cada profissional, de acordo com a disponibilidade dos pais ou acompanhantes. Tais atendimentos destinam-se à demanda interna (alunos da escola da instituição) e externa (pacientes que freqüentam apenas a clínica) e, podem ser realizados individualmente, como acontece com a maioria dos pacientes externos, ou em grupos de 05, como ocorre com a maioria dos pacientes internos.
No levantamento de dados anual realizado, verificamos que além de beneficiar a população do município de Juazeiro do Norte, outros 10 municípios da região também foram assistidos pelo setor clínico da APAE, que são:
 • Barbalha
• Missão Velha
• Jardim
• Crato
• Milagres
• Antonina do Norte
• Grangeiro
• Caririaçu
• Araripe
• Lavras da Mangabeira

Realizam semestralmente, reuniões de pais, onde todo o corpo clínico está presente, disponível a esclarecimentos e informações. Discutem temas escolhidos ou sugeridos pelos próprios pais, sensibilizando os mesmos ou responsáveis a respeito da importância da família para o desenvolvimento satisfatório dos tratamentos realizados na instituição e, proporcionando maior integração entre pais e corpo clínico através de dinâmicas de grupo.
Entre os principais diagnósticos médicos confirmados, atendem pacientes com:
• Síndrome de Down
• Síndrome do X-Frágil
• Síndrome Alcoólica Fetal
• Síndrome de Moebius
• Síndrome de Williams
• Síndrome de Dandy-Walker
• Síndrome de Asperger
• Síndrome de West
• Kernicterus
• Autismo
• Seqüelas de meningite
• Neurocisticercose
• Paralisia cerebral
• Hiperatividade
• Hidrocefalia
• Mielomeningocele
• Microcefalia
• Macrocefalia
• Entre outras síndromes a esclarecer e condutas típicas.

As crianças que são encaminhadas à escolaridade serão matriculadas no “Instituto Psicopedagógico Eunice Damasceno”, escola mantida pela APAE, considerando-se o seu nível de escolaridade. A escola oferece os níveis de Educação Infantil, Ensino Fundamental (I ciclo), bem como Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional.

O trabalho pedagógico obedece as diretrizes curriculares propostas para o Ensino Especial, tendo registro no Conselho Estadual de Educação, funcionando conforme a LDB 9394/96. Oferece, de modo especial e intensificado a oportunidade de desenvolver as habilidades artísticas de seus alunos, já que os mesmos participam de aulas de DANÇA, ARTES CÊNICAS, ARTES VISUAIS, MÚSICA, INFORMÁTICA E ESPORTES. Os adolescentes, acima de 14 anos participam de oficinas de pré-profissionalização, tais como: Biscuit, Tapeçaria, Argila e Bordados. O produto das oficinas é comercializado em feira semanal promovida pela Prefeitura de Juazeiro do Norte. A partir do destaque nas aulas de música, teatro e dança surgiu a idéia de utilizar este recurso como instrumento facilitador do desenvolvimento em outros aspectos.

 O grupo lançou, em 2003 o CD “Meninos da APAE”, tendo ampla repercussão em diversas Hoje, é notória a evolução dos alunos e demais clientes desta instituição, com relação à socialização, auto-estima e diversas outras atividades da vida diária.

A Instituição atende a 560 pessoas com deficiência, conta com um quadro de 80 funcionários e tem à frente, como presidente, José Wilson Alves Coutinho. Alguns eventos acontecem a cada dois anos e marcam o Movimento Apaeno, de modo geral, são eles: O FESTIVAL NOSSA ARTE, as OLIMPÍADAS APAEANAS e o CONGRESSO NACIONAL DAS APAES.

Apresenta como projetos para captação de recursos o Sistema de TELEMARKETING, o programa APAENERGIA SUA NOTA VALE DINHEIRO.

Eles Contam com o apoio de vários parceiros neste processo de construção de uma sociedade inclusiva.

 Visitem-os:  AV. LEÃO SAMPAIO, S/N, LAGOA SECA – JUAZEIRO DO NORTE –CE ou ligue pra gente: 3571 5868 3571 1387 (fone fax)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vídeo da gincana de genética e evolução

Vejam aí o vídeo que eu legendei falando um pouco de eletroforese em gel. Me deu muito trabalho,mas acho que valeu apena.Espero que gostem.Quem quiser postar no seu blog para A GINCANA de genética eu agradeço.

 
...até que fim mais uma tarefa comprida

terça-feira, 17 de maio de 2011

Veja mais uma publicação interessante da revista ciências hoje:

À caça de evidências

Desvendar crimes e solucionar problemas judiciais cada vez mais é uma tarefa da ciência. Artigo da CH deste mês revela como peritos forenses examinam vestígios em busca de provas com auxílio de tecnologia avançada e conhecimentos interdisciplinares. 
 
Por: Sofia Moutinho
 
Publicado em 16/05/2011 | Atualizado em 17/05/2011
À caça de evidências
A impressão genética é uma das técnicas empregadas por cientistas forenses para ajudar na identificação de vítimas e criminosos. Apesar de ser amplamente usada como prova, não é isenta de erros. (foto: Flavio Takemoto/ Scx.hu)
O corpo de um homem é encontrado dentro de uma banheira com um tiro na cabeça. Em sua mão, uma arma e, sobre seu peito, uma carta com suas últimas palavras, de despedida. Não há sinais de arrombamento na casa nem pegadas no chão do banheiro. Uma cena que à primeira vista parecia um suicídio pode muito bem se revelar um assassinato sob o olhar atento de um perito criminal.
Com a ajuda do luminol, substância que reage com o ferro do sangue produzindo luz, o perito descobre que, na verdade, a cena foi limpa e que a vítima não foi morta quando estava deitada na banheira. Ao procurar por vestígios de pólvora na mão do morto, não encontra nada, o que prova que não foi ele quem disparou a arma.
Com o auxílio de diferentes áreas do conhecimento, a ciência forense é capaz de dar voz às evidências e solucionar os mais complicados crimes
A carta de suicídio é enviada para o laboratório onde especialistas em análise de documentos descobrem que a tinta usada não é compatível com nenhuma caneta da vítima. Debaixo das unhas do morto, é encontrado um pouco de pele, um indício de que a vítima tentou se defender. Pronto, um exame de DNA desse material pode desvendar a identidade do assassino.
Essa situação de ficção, digna de séries policiais de televisão, não está longe da realidade. Com o auxílio de diferentes áreas do conhecimento, como química, física, biologia, computação e psiquiatria, a ciência forense é capaz de dar voz às evidências e solucionar os mais complicados crimes e processos judiciais.

Quando as células falam

A genética é a área da ciência forense que mais tem avançado. Basta uma pequena amostra de sangue, saliva, pele ou sêmen para identificar uma vítima ou um suspeito. “Os exames de DNA estão tão sofisticados que hoje podemos fazer testes com amostras cada vez menores e também mais antigas”, conta o biólogo e perito judicial Eduardo Paradela, consultor científico do Laboratório Vingene, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio).
Sangue
A genética é a área da ciência forense que mais tem avançado. Basta uma pequena amostra de sangue, saliva, pele ou sêmen para identificar uma vítima ou um suspeito. (foto: Ahmed Al-Shukaili/ Scx.hu)
Um exemplo disso foi a recente reviravolta que envolveu um crime ocorrido em Londres em 1910, quando o médico norte-americano Hawley Crippen foi condenado à forca por ter matado sua mulher. Na época, a esposa do médico desapareceu e a polícia julgou que ele a assassinara. A prova era um pedaço de pele, supostamente da jovem, encontrado no porão da casa do casal.
Agora, passados 100 anos, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, fizeram um teste de DNA comparando a pele com o material genético de parentes vivos da vítima e descobriram que o tecido era, na verdade, de um homem.
Os pesquisadores norte-americanos analisaram o DNA mitoncondrial, que resiste mais tempo do que o do núcleo da célula. Esse tipo de material genético é passado de mãe para filhos e pode ser usado para determinar o parentesco entre duas pessoas.
Existem diversos outros tipos de exames de DNA, mas o mais comum nas investigações forenses é o que analisa o material do núcleo da célula. Ao contrário do que muita gente pensa, o exame não é feito com todos os genes de uma pessoa.
Como os seres humanos compartilham muitas sequências genéticas iguais, os testes examinam apenas determinadas regiões dos cromossomos, chamadas de microssatélites, em que há repetição das bases nitrogenadas que compõem o DNA. O padrão dessas sequências é único em cada indivíduo.
A genética está tão avançada que já é possível identificar características físicas de uma pessoa pelo seu material genético. Essa técnica inovadora foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Erasmus de Roterdã (Holanda) e utiliza marcadores genéticos específicos para revelar a cor natural dos olhos e do cabelo de uma pessoa.
A genética está tão avançada que já é possível identificar características físicas de uma pessoa pelo seu material genético
“Esses estudos são bastante relevantes para futuras aplicações forenses, pois podem dar pistas na busca das autoridades por um criminoso de identidade desconhecida”, explica um dos responsáveis pela nova técnica, o geneticista Manfred Kayser.
No Brasil, o teste de DNA é muito popular em processos judiciais de reconhecimento de paternidade. Nas investigações criminais, esse recurso é mais utilizado para a identificação de vítimas do que para caçar criminosos. Isso porque o nosso Código Penal garante que ninguém seja obrigado a produzir provas contra si mesmo. Assim, os suspeitos só fornecem material genético para comparação se quiserem.
Em países da América do Norte e da Europa, as polícias mantêm bancos de dados com o código genético de toda pessoa acusada de algum delito.
Apesar de ser amplamente usado como prova, o teste de DNA é passível de erros. “O DNA costuma ser apresentado como algo isento de erros e inclusive muitos juízes pensam que isso é verdade”, afirma o biólogo e perito judicial do Rio de Janeiro André Smarra, professor da Universidade Estácio de Sá.
“Mas existem muitos casos de contestações judiciais e invalidação de exames.” Os principais fatores que podem influenciar no resultado do teste são a contaminação das amostras e erros de estatística.