quarta-feira, 11 de maio de 2011

10º Fichamento

Prevalência da doença periodontal na gravidez e sua influência na saúde do recém-nascido

Autores: ELAINE CATARINA DE CAMARGO, MAURO SOIBELMAN.
                                       
 Revista AMRIGS, Porto Alegre, 49 (1): 11-15, jan.-mar. 2005

“Doenças sistêmicas afetam o sistema estomatológico da mesma maneira que enfermidades bucais podem influenciar negativamente a saúde integral do indivíduo. A periodontite, uma das mais freqüentes, é uma doença inflamatória e infecciosa que afeta o periodonto (perio = em torno de; donto = dente – conjunto de tecidos que circunda e sustenta o dente), causando perda progressiva da inserção conjuntiva e podendo ocorrer em indivíduos saudáveis de qualquer idade.” (p. 11)

 “As perturbações da saúde bucal durante gravidez e períodos onde háalterações hormonais, por si só, não desencadeiam as periodontites. Entretanto, os hormônios sexuais podem agir sobre os tecidos periodontais de diferentes maneiras, tanto alterando a resposta tecidual à placa, como influenciando a composição da microbiota e estimulando a síntese de citocinas inflamatórias, particularmente as prostaglandinas.”   (p. 12)

“(...) as concentrações hormonais que as gestantes atingem acentuam o quadro clínico da inflamação gengival, uma vez que as alterações vasculares provocadas por esses hormônios somam-se à constante presença de placa bacteriana ao redor dos elementos dentários (maior freqüência de ingestão de alimentos e higiene bucal deficiente).” (p. 12)  

“ Durante a gestação normal, hormônios maternos e citocinas de ação local contribuem na regulação do início do trabalho de parto, das modificações do colo uterino, das contrações uterinas e da própria expulsão. Infecções maternas que ocorrem durante a gestação podem perturbar esse mecanismo de regulação, resultando em trabalho de parto prematuro, ruptura prematura de membranas e parto prematuro com baixo peso ao nascer.” (p. 12)

“Conhecendo melhor nossa realidade, programas odontológicos adequadamente direcionados às gestantes esclarecer a importância em manter a saúde bucal, ressaltando-se o eventual benefício direto ao recém-nascido.” (p. 12)

“O presente estudo investigou a relação entre má qualidade de saúde bucal da gestante e condições do recémnascido através da associação entre periodontite matern.”(...),  não conseguiu  identificar associação entre doença periodontal em puérperas e dois indicadores de más condições de saúde do recém-nascido: baixo índice de Apgar e baixo peso ao nascer.” (p. 14)

“Outros estudos sobre o tema, realizados em diferentes países, foram publicados, apresentando grande heterogeneidade de resultados: variam da ausência de associação até aestimativa de que a doença periodontal materna é o principal fator de risco independente para partos prematuros e para baixo peso ao nascer.” (p. 14)

 “Nesse estudo, utilizou-se uma definição abrangente de doença periodontal, sem classificação de gravidade; assim, a inclusão de casos leves pode ter dificultado a identificação da associação pesquisada. Por outro lado, buscou-se restringir a população-alvo, sendo excluídas da amostra puérperas com características associadas à gestação de alto risco, tais como idade menor que 18 ou maior que 42 anos e determinadas doenças. Além disso, na intenção de evitar possíveis fatores de confusão, foram incluídas somente pacientes do SUS.” (p. 15)

“Novos estudos, tanto com delineamentos observacionais como experimentais, são necessários para concluir se existe associação entre doença periodontal materna e condições de saúde do recém nascido e para justificar o investimento em cuidados preventivos baseados nessa premissa” (p. 15)

“...esta pesquisa contribuiu para demonstrar a viabilidade da participação de cirurgiões-dentistas nas atividades de assistência e de pesquisa de um grande complexo hospitalar universitário...” (p.15)

“Como metas de médio e longo prazos, espera-se, entre outras mudanças, a remoção de barreiras entre o usuário e os serviços de atenção à saúde bucal, mudanças curriculares e treinamento efetivamente multidisciplinar.” (p. 15)

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