quarta-feira, 11 de maio de 2011

7º Fichamento
Processos proliferativos gengivais não neoplásicos em paciente sob tratamento ortodôntico
Autores:Irineu Gregnanin PedronI; Estevam Rubens Utumi; Ângelo Rafael Calábria Tancredi; Flávio Eduardo Guillin Perez; Gilberto Marcucci.
Dental Press J. Orthod. [online]. 2010, vol.15, n.6, pp. 80-87

“Os efeitos das aparatologias ortodônticas fixas e removíveis sobre o periodonto são amplamente conhecidos. Normalmente, o aparelho ortodôntico dificulta a adequada higiene bucal, contribuindo para o desenvolvimento da inflamação gengival, sendo mais evidente em crianças, adolescentes e adultos jovens. Essa situação é agravada quando o paciente já apresenta alterações periodontais e, sobretudo, se esse não se encontra em manutenção periodontal, tornando-se, então, um paciente de risco.” (p. 80)
“O granuloma piogênico e a hiperplasia gengival inflamatória são crescimentos teciduais de origem inflamatória, com graus variados de tecidos granulosos e fibrosos inflamatórios, decorrente possivelmente de irritação crônica de baixa intensidade.” (p. 80)
“Frequentes na clínica odontológica, caracterizam-se clinicamente pelo crescimento tecidual exofítico, séssil ou pediculado, de coloração rósea a eritematosa, podendo apresentar-se ulcerados e com sangramento espontâneo. Ocorrem mais predominantemente na segunda década de vida, atingindo mais jovens do gênero feminino, possivelmente por causa de efeitos vasculares dos hormônios femininos.” (p. 80)
“O propósito do presente trabalho é relatar o caso de uma paciente portadora de aparelho ortodôntico fixo que apresentou duas lesões distintas (granuloma piogênico e hiperplasia gengival inflamatória) cujo desenvolvimento está relacionado ao trauma crônico de baixa intensidade, enfatizando ao ortodontista ou ao cirurgião-dentista que, após o procedimento cirúrgico, rotineiramente encaminhe o material colhido ao exame histopatológico.” (p. 81)
“Dentre os processos proliferativos gengivais, os mais frequentes são a hiperplasia gengival inflamatória e o granuloma piogênico. O fibroma periférico, a lesão periférica de células gigantes e a hiperplasia gengival medicamentosa também fazem parte desse grupo, embora tenham menor incidência.” (p. 85)
“Geralmente, a etiopatogenia de ambas as lesões está relacionada ao trauma crônico de baixa intensidade, representado na maioria dos casos pela inflamação e infecção gengivais (doenças periodontais) causadas pela dificuldade de remoção do biofilme dentário no paciente portador de aparelho ortodôntico, no caso de lesões traumáticas e fatores hormonais.” (p. 85)
“O aumento dos níveis de progesterona e estrógeno produz dilatação e proliferação da microvasculatura gengival e destruição de mastócitos, resultando em aumento da liberação de substâncias vasoativas no tecido adjacente, induzindo à formação do granuloma piogênico.” (p. 85)
“Os processos proliferativos não neoplásicos caracterizam-se, geralmente, pelo crescimento de tecido gengival bem delimitado, como nódulos; ou difusos, como massas teciduais; de consistência fibrosa ou flácida (resiliente); de sintomatologia e coloração variáveis (de rósea a eritematosa); de base séssil ou pediculada; normalmente apresentando sangramento ao toque; com perda do aspecto de "casca de laranja" da superfície. O crescimento gengival inicia-se pela papila interdentária e se estende à gengiva marginal. Embora tenha uma predileção pela gengiva, pode ser encontrado em região extragengival, com características clínicas variadas, que muitas vezes mimetizam lesões malignas.” (p. 85)
“ O granuloma piogênico e a hiperplasia gengival inflamatória apresentam, normalmente, características clínicas e histopatológicas típicas.” (p. 86)
 “As doenças periodontais, normalmente presentes pela dificuldade de realização da higiene bucal adequada em virtude do aparelho ortodôntico, devem ser tratadas antes da remoção cirúrgica dos processos proliferativos, a propósito de evitar o sangramento abundante no transoperatório e complicações pós-operatórias, como a própria recorrência das lesões.” (p. 87)
“A exérese cirúrgica é a técnica mais empregada. Independentemente da modalidade de tratamento utilizada, o encaminhamento do material colhido ao exame histopatológico é elucidativo e condição sine qua non, evitando a subestimação dessas lesões e possíveis erros no diagnóstico final, haja vista a possibilidade de diversas hipóteses diagnósticas.”(p. 87)
“Na proservação desses casos, há a necessidade de terapia periodontal de suporte e controle da higiene bucal.” (p. 87)



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