quarta-feira, 11 de maio de 2011

5º Fichamento
O tabagismo como fator de risco para as doenças periodontais: aspectos microbiológicos
 Autores: Elerson GAETTI-JARDIM JÚNIOR; Tatiane ZANOLI; Denise PEDRINI
Rev Odontol Univ São Paulo v.12, n.4, pp 315-321.São Paulo Out./Dez. 1998

“O fumo é considerado importante fator predisponente para muitas doenças, incluindo-se as periodontopatias. Desde que as doenças periodontais representam a inter-relação entre os fatores de virulência da microbiota subgengival sobre um hospedeiro susceptível, foi objetivo avaliar a freqüência de isolamento de três periodontopatógenos em indivíduos sadios e pacientes com doença periodontal, fumantes ou não, com níveis variados de higiene bucal; verificar a relação entre o número de microrganismos produtores de sulfeto de hidrogênio na placa subgengival de fumantes e não fumantes e sua condição clínica.” (p.315)

“O fumo tem sido implicado como um fator de risco para doenças cardiovasculares, gastrointestinais, pulmonares, além de neoplasmas na laringe, cavidade bucal, bexiga, esôfago, pâncreas e rins, infecções anaeróbias mistas no tórax, abscessos por anaeróbios, infecções gástricas por Helicobacter pylori e candidose orofaringeana.” (p. 315)

“Alguns desses microrganismos periodontopatogênicos são capazes de produzir sulfeto de hidrogênio e metilmercaptanas a partir do metabolismo de aminoácidos presentes no interior do sulco gengival ou da bolsa periodontal. Esses produtos metabólicos apresentam elevada toxicidade para as células do hospedeiro, podendo também corroborar para o desenvolvimento da halitose, que caracteriza muitos pacientes com doença periodontal e indivíduos fumantes.” (p. 316)
“Tendo em vista a importância da microbiota como fator primário das periodontopatias e a relevância do fumo como fator de risco, este estudo objetivou avaliar a freqüência com que Actinobacillus actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum e bastonetes Gram-negativos anaeróbios produtores de pigmento negro (Prevotella e Porphyromonas) colonizam o sulco gengival ou bolsa periodontal de fumantes e não fumantes com diferentes níveis de higiene bucal e saúde periodontal, bem como verificar a relação entre o número de microrganismos produtores de compostos sulfurados voláteis presentes no sulco gengival e a bolsa periodontal de fumantes e não fumantes.” (p.316)
“Foram considerados como portadores de periodontite todos os pacientes que apresentavam pelo menos três bolsas periodontais com profundidade clínica de sondagem maior ou igual a 6 mm, sangramento espontâneo ou à sondagem e evidência radiográfica de perda óssea."  (p. 317)
Certos fatores podem corroborar para aumentar o risco de desenvolvimento de doença periodontal, como diabetes mellitus e infecção com algumas espécies anaeróbias ou microaerófilas Gram-negativas.”  (p. 319)
“O fumo pode, pelo menos teoricamente, interferir na formação da placa bacteriana, permitindo o estabelecimento de periodontopatógenosou colaborando para um maior acúmulo de placa. A nicotina e seus metabólitos, como a cotidina, quando absorvidos pelos tecidos, se ligam a receptores específicos induzindo a liberação de epinefrina, que provocará vasoconstrição periférica e, por conseguinte, reduzirá a capacidade de drenagem dos catabólitos teciduais”. (p. 319)

“...os efeitos inibitórios do fumo sobre os mecanismos de defesa do hospedeiro podem, em última instância, não somente facilitar a agressão bacteriana e a permanência dessas bactérias nas bolsas periodontais, mas também dificultar sobremaneira o tratamento periodontal, como também evidenciado por CUFF et al. (1989), MILLER(1987) e TONETTI et al.(1995)." (p. 320)
“O somatório desses elementos indica que o fumo produz um aumento do pH tecidual, induz a uma queda do potencial de oxirredução e pode colaborar para diminuir a resistência e a capacidade de cicatrização do hospedeiro, criando um ambiente mais favorável para a implantação e a proliferação de microrganismos periodontopatogênicos.”  (p. 320)


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