quarta-feira, 11 de maio de 2011

8º Fichamento

CARACTERÍSTICAS MICROBIANAS NA SAÚDE E
DOENÇA PERIODONTAL
Autores:Fábio Shigueo Eto; Suzane A Raslan; José Roberto Cortelli.
Rev. biociênc.,Taubaté, v.9, n.2, p.45-51, abr-jun 2003.

“A placa bacteriana pode ser definida como uma película não calcificada, fortemente aderida às superfícies dentais, constituindo-se de depósitos bacterianos e componentes salivares, com crescimento contínuo. É considerada a principal causa das doenças cárie e periodontal. (p. 45)

“O biofilme constitui-se de depósitos bacterianos e constituintes salivares, com um crescimento contínuo,sendo considerado a principal causa das doenças cárie e periodontal, infecções periimplantares e estomatites."   (p. 45)

“A placa supragengival apresenta um arranjo colunar de espécies bacterianas morfologicamente distintas da superfície dental e a placa subgengival freqüentemente caracterizada por uma zona de Gram-negativos e/ou espécies móveis localizadas adjacentes ao revestimento epitelial da bolsa,(...).” (p. 46)

“As bactérias que colonizam inicialmente a superfície do dente são (...) Actinomyces viscosus e Streptococcus sanguis. Estes se aderem à película através de adesinas, que interagem com receptores específicos na película dental. Outros mecanismos determinantes da seletividade na colonização da película são estruturas na superfície de certas bactérias, como o Actinobacillus viscosus, denominadas fímbrias, que auxiliam na aderência inicial (CARDOSO; GONÇALVES, 2002).”  (p. 46)

“Os fatores de virulência da placa bacteriana dependem da presença ou aumento de microrganismos específicos, que produzem substâncias que medeiam a destruição dos tecidos do hospedeiro (LOESCHE; SYED, 1978).” (p. 46)

“A prevalência e severidade da doença aumentam com a idade, por volta dos 45 anos, 97-100% dos indivíduos apresentam alguma forma de doença periodontal. O aumento da severidade associado à idade é refletido pela perda do osso alveolar (NEWMAN et al., 1978).” (p. 46)

“A gengiva saudável é representada por características clínicas específicas como cor rosa-pálida, superfície fosca e pontilhada, consistência firme e resiliente, forma dependente do volume e contorno gengival sendo a margem fina e terminando contra o dente como lâmina de faca.” (p. 46)

“A gengivite, inflamação resultante da presença de bactérias localizadas na margem gengival, (...). As características clínicas comuns incluem presença de placa bacteriana, eritema, edema, sangramento, sensibilidade, aumento do exsudato gengival, ausência de perda de inserção, ausência de perda óssea, mudanças histológicas e reversibilidade após a remoção da placa bacteriana (...).” (p. 46)

“A periodontite, lesão inflamatória de caráter infeccioso que envolve os tecidos de suporte dos dentes, leva à perda de inserção conjuntiva, osso alveolar e de cemento radicular. Apresenta as mesmas características clínicas da gengivite, acrescendo perda de inserção conjuntiva, presença de bolsa periodontal e perda óssea alveolar.” (p. 46)

“(...) a doença periodontal destrutiva depende da natureza
compatível do hospedeiro ou espécies benéficas colonizando a margem gengival que favoreçam a colonização de outras espécies.” (p. 47)

“Muitos estudos têm demonstrado uma relação entre a colonização de microrganismos bucais específicos na placa bacteriana e a presença e/ou severidade da doença periodontal, através de técnicas diagnósticas (...). Portanto, a variância de resultados encontrados nos estudos revisados deve-se à utilização de diferentes metodologias, pois cada teste apresenta uma limitação na sua eficácia.” (p. 47)

“A saúde periodontal resulta de um equilíbrio parasita-hospedeiro, alterações desse equilíbrio podem provocar mudanças locais ou sistêmicas que diminuam a resistência do hospedeiro ou alterações quantitativas e/ou qualitativas da microbiota periodontal, resultando em aumento de virulência. (p. 47)

“A superfície dentária normalmente é coberta pela película adquirida, composta de glicoproteínas salivares e anticorpos que alteram a carga e energia livre da superfície, aumentando a adesão bacteriana, que é o mecanismo inicial para causar uma infecção. Apêndices da superfície bacteriana (fímbria ou pili) funcionam como adesinas e facilitam a transferência de DNA de uma célula para outra. Cápsulas extracelulares e camada limosa funcionam como adesinas e têm propriedades antifagocíticas.” (p. 47)

“Com a disposição de nutrientes, há o crescimento celular das bactérias aderidas às superfícies dentárias, adesão de novas bactérias e síntese de polímeros extracelulares aumentando a massa bacteriana (fase de acumulação). As fontes de nutrientes para as bactérias supragengivais são os produtos da dieta dissolvidos na saliva, enquanto, para as bactérias subgengivais estes nutrientes provêm dos tecidos periodontais e sanguíneo.” (p. 48)

“As primeiras reações do periodonto, frente à presença da placa bacteriana, são inflamatórias e imunológicas com o intuito de proteger dada a invasão microbiana nos tecidos gengivais.(...) podemos observar a gengivite (restrito ao tecido gengival) e a periodontite (quando atinge os tecidos de suporte). Bolsas periodontais profundas alocam número expressivo de microrganismos, a maioria Gram-negativos anaeróbios. Três espécies se destacam, (...) devido a sua alta freqüência em lesões periodontais e do seu potencial patogênico.”
(p. 48)

“A base da terapia periodontal consiste na remoção da placa bacteriana sobre a superfície dentária, pois é através dela, que as células do epitélio do sulco e epitélio juncional tomam contato com os produtos residuais, enzimas e componentes da superfície das bactérias causando a reação inflamatória e imunológica específica.”
 (p. 48)

“Muitos autores relatam que o simples cuidado de remoção da placa bacteriana através de um controle mecânico rigoroso pode reduzir ou eliminar a gengivite. Por outro lado, a periodontite necessita de maiores cuidados, pois a placa bacteriana invade o sulco gengival e o epitélio juncional, permitindo que microrganismos penetrem no interior dos tecidos e túbulos dentinários.” (p. 49)

“... a presença de espécies bacterianas reflete diretamente a condição periodontal e a participação destes microrganismos favorece a instalação e progressão da doença.”
 (p. 49)

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